Das mudanças necessárias - II

"Natalia?! Que bom te encontrar, como foi sua aula?"

“Brunooo! Foi quase legal, eu tava cansada! E a sua?”

"Ainda não dei aula esta semana, só no sábado. Durante a semana é esse metrozinho mesmo."

“Senti uma hostilidade no seu tom de voz... levou uma cotovelada pra entrar, foi?” hahahaha
"Relaxa a cotovelada da entrada a gente devolve na saída. Mas a cada dia está mais difícil a locomoção nessa cidade, o transporte de massa lotado digo transporte de massa porque se fosse transporte público deveria ser no mínimo gratuito.  ”.

Hahahaha. “E o pior é que a gente só vê aumento, aumento, aumento e cada vez que aumenta a passagem, a viagem fica pior.”

"Engraçado que a passagem aumenta e mesmo assim o número de passageiros aumenta também. Se alguém, que eu não sei quem, incentivasse a frota de coletivos e pusesse melhorias nas viagens seria melhor né?!"

“Bruno, qualquer coisa é melhor do que levar cotoveladas na costela. Mas eu acho que poderia ser investido mais dinheiro, claro que não o dinheiro proveniente de um aumento sem motivo da passagem, mas tem tanta gente que não pode ou não quer andar de carro... Coloca UM bã bã bã pra enfrentar isso aqui todo dia, ou esperar UM ônibus, infinitamente, com a certeza de que vai em pé, com a cara amassada no vidro da porta. Isso não é justo com ninguém. Enquanto eles têm carrinho, motorista, helicóptero, se bobear até barco... a gente anda de "coletivo", enfrenta fila e sofre cada vez que o ônibus passa num buraco, num dos milhões, porque né... Isso sem falar dos trens que param do nada. Aiai...”

"O pior é que nós temos esse "luxo" como meta, nós também queremos carro, motorista e tudo mais. E claro o governo investe pesado em propiciar uma "ajudinha" é corte de imposto pra cá crédito fácil pra lá mas o que deve ser feito realmente ninguém faz."

“Com certeza... é que quanto mais a gente gastar melhor pra eles, né? Mas me diz: o que você acha que deve ser feito, Bruno?”

"Falando sobre o transporte de massa eu tenho certeza de que é muito simples deveria se aumentar a frota com qualidade, mais ônibus porém ônibus novos que sejam movidos a energia renovável, tipo etanol, mas isso é só o início da conversa, porque ao mesmo tempo em que se qualificam nossos "carrinhos", tem que se desincentivar o uso dos carros de passeio."

“Pra geral andar de transporte público?” :O

"Sim, todos nós deveríamos utilizar do transporte público porém um transporte bom. Natália, pensa bem menos carros no trânsito o tempo de locomoção vai ser menor, para atender a demanda a oferta teria que aumentar a gente não iria precisar andar em pé, esmagado, vendo pessoas mal-humoradas pelo simples fato de estar naquela condução horrorosa. A Inglaterra no ano de 2003 implantou uma cobrança sobre o transporte privado em áreas de congestionamento. Sabe qual o resultado?! Em um ano as viagens de carro caíram em um terço, houve um aumento de 15% da lotação nos ônibus e o mais legal 30% a mais de bicicletas nas ruas. Além da queda do número de carros nas ruas o número de atrasos por engarrafamentos caiu. Benefício para o meio ambiente e também para a nossa qualidade de vida. "

“Se a gente for olhar por esse ponto é mesmo bem melhor, mas os ônibus, trens e metrôs têm que melhorar muuuuuito. Era mesmo uma boa solução pros engarrafamentos quilométricos que a gente enfrenta às vezes. Acho que falta muita atitude dos governantes, falta muito investimento e falta informação pro povo "pedir" isso. Imagina Bruno, você entrando no metrô sem levar uma cotovelada na costela ou sem medo de perder um dente! Hahahaha”

"Poxa seria muito bom. Agora eu fico torcendo pra que chegue logo Botafogo já nesse seu mundo aí eu iria sentado lendo meu jornalzinho calmamente. Ôôô sonho... Mas eu também queria saber como implementar as boas ideias que rolam por aí. "

“É Bruno, como eu queria que o Brasil mudasse. Mas a gente tem que fazer alguma coisa pra isso acontecer, correto? Depende da gente também”

“Concordo plenamente que dependa da gente também. Opa olha aí, falando em Botafogo, está na hora de eu devolver a cotovelada. Beijos pra quem fica...”