quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Décimo primeiro mandamento: ignorar ao próximo

Não, eu não desisti do blog, é que não tá dando mesmo pra entrar aquei de casa, hoje foi sorte eu conseguir :/
Mas continuo escrevendo e, sempre que der eu vou postar, com certeza. Estou me preparando pra uns projetos aí em frente. (yn)
Essa foi a segunda crônica que eu fiz, baseada numa charge, num concurso da escola :D
Espero que gostem. Nos leva a pensar, rs.


Seu despertador dispara como se fosse uma sirene e, com os olhos ainda pesados, você luta contra a vontade de tacá-lo na parede. Levanta e, como todos os dias, segue seus hábitos matinais, preparando-se psicologicamente para enfrentar mais um duro e árduo dia de trabalho. E você segue pensando como a sua vida é difícil.
No caminho até a estação do metrô você entra na mesma padaria de sempre e, como todos os dias, ignora uma criança que lhe pede um pão. Ao chegar na estação, passa direto por duas pessoas encolhidas, recostadas na parede, em cima de caixas de papelão, implorando por um dinheiro para o café.
Você desce na Estação Central e segue o que falta até o seu trabalho caminhando. É a maior concentração de pedintes de rua que qualquer ser humano já viu e, por incrível que pareça, você finge não ver nenhum deles. Ao final do expediente você volta para casa pelo mesmo caminho e, nos mesmos lugares, ignora as mesmas pessoas.
Depois de tomar um banho você começa a assistir a um documentário enquanto janta. O narrador diz que o número de moradores e pedintes de rua aumentou expressivamente desde o último censo. Então você pensa no absurdo daquela estatística, afinal, você anda por muitos lugares durante o dia, mas nunca encontrou nenhuma dessas pobres pessoas, caso contrário, você as teria ajudado. Você é tão altruísta...

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